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Foto do escritorJoana Sobreiro

EM QUE MÃOS ANDAS TU PNL?

Há relativamente pouco tempo perguntaram-me quantos trainers certificadores dos diferentes níveis da PNL existem em Portugal. E eu não soube responder!... Sendo este o sector de actividade em que eu própria me insiro, achei péssimo perceber que não tenho a menor ideia de quantos somos. Tenho, também, tido oportunidade de falar com alguns colegas, trainers de PNL, sobre a oferta de formação de Programação Neurolinguística em Portugal. Sobretudo, porque a percepção, pelo menos aparente, é a de que tem havido uma oferta crescente de cursos em Portugal, que parece estar a saturar o mercado.

Assim, decidi fazer uma pesquisa na intenção de identificar quantos players existem no mercado português.

Enquanto escrevo estas primeiras linhas, ainda não tenho nenhuma noção dos números reais.


Esta publicação cumpre a função de trazer uma maior clareza sobre quem está a certificar nos diferentes níveis da PNL no território português, eventualmente, quebrar o mito (ainda não sei!) sobre haver muita oferta, esclarecer futuros trainers e pessoas que acabam de chegar à PNL e desejam fazer o seu percurso formativo, sobre onde poderão procurar informação e ajudar o público em geral a definir critérios para escolher um curso.


Para fazer esta pesquisa, tive que estabelecer alguns critérios para orientar a procura de informação. Escolhi dois:

  • Identificar a listagem de associações reconhecidas pelo NLP Leadership Summit;

  • Identificar as associações ligadas aos grandes nomes da PNL, sejam os seus criadores ou os seus desenvolvedores mais significativos.


Vou começar por contextualizar o que é o NLP Leadership Summit

Criado em 2014, nasce da vontade de vários e experientes trainers mundiais encontrarem uma via de colaboração conjunta, para apoiar o desenvolvimento da PNL, criar standards de certificação nos diferentes níveis de aprendizagem, credibilizar os seus currículos formativos, promover mais e melhor investigação e dar suporte aos profissionais desta área.

No fundo, trata-se de uma umbrella que agrega um conjunto de associações que acreditam trainers e programas formativos em todo o mundo.

Esta iniciativa é muito relevante, pois é importante ter em conta a necessidade de estabelecer guidelines quer para os cursos, quer para aqueles que ministram os cursos. No fundo, regular o mercado através de “normas” de formação dos profissionais, de conteúdos programáticos e metodologias de aprendizagem, assegura que a PNL possa ser uma epistemologia sustentada e credível, onde aqueles que buscam aprender, saibam onde se dirigir e o que escolher.


Segundo a informação disponibiliza no website do NLP Leadership Summit, este agrega 16 associações internacionais, situadas em diversos países na Europa, EUA e Canadá, e Austrália e Nova Zelândia.

Seguindo a ordem pela qual as associações são apresentadas neste site, Portugal conta com:

  • ANLP – 1 Embaixadora

  • IANLP – 6 Fellow Member Trainer

  • IN – 14 Master Trainers (membros que certificam em todos os níveis da PNL) – dos que conheço, 2 apenas operam no mercado brasileiro e 1 certifica numa área muito específica, desenvolvida pelo próprio; nesta associação ainda encontramos 15 trainers (não certificadores ou em vias de se tornarem master trainers).


Pelo que pude verificar na informação disponibilizada em cada um dos websites, Portugal tem membros em apenas 3 das 16 associações.


Ampliando agora a pesquisa, conforme referi anteriormente, vou considerar mais 3 associações e 1 escola, que contam com trainers em Portugal e devem ser consideradas (critério, absolutamente subjectivo, meu), por serem entidades certificadoras directas dos grandes nomes da PNL – dois dos seus criadores, Richard Bandler e John Grinder, e dois desenvolvedores muito relevantes, Tad James e Robert Dilts.

  • Society of Neuro-Linguistic Programming (Richard Bandler) – 5 Trainers

  • ITCAnlp (John Grinder) – 7 approved Trainers – no caso desta associação, parece-me que mudou, recentemente, a sua designação e talvez não tenha as suas listas actualizadas

  • ABNLP (Tad James) – 1 Certified NLP Trainer

  • NLPU (Robert Dilts) – 1 Master Trainer


Algumas pessoas poderão questionar-se porque é que estas quatro últimas estão fora do Summit. Bom! É um tema sempre aberto a discussão. Provavelmente, entre outras razões, as conhecidas têm que ver com critérios de conteúdos programáticos e tempo de formação – as que estão fora, têm programas menores, feitos em menos tempo.

Importa aqui referir que, por exemplo, a NLPU está lá representada na pessoa do Robert Dilts e tem programas, relativamente, longos.


Este apuramento de números, foi feito através da informação pública disponibilizada em cada um dos websites e poderá ser, facilmente, consultada.

Perdoem-me não por os links, mas ficaria um texto cheio de hiperligações – colocando os nomes no Google, rapidamente se encontram as respectivas páginas.


Totalizamos então 32 trainers de programação neurolinguística, habilitados a certificar em um ou em todos os níveis formais (entenda-se Practitioner, Master Practitioner e Trainers Trainning).

Importa ainda frisar que estes 32 são, na verdade, no máximo 29, pois alguns nomes repetem-se em mais do que uma associação – é por exemplo o meu caso, que sou membro de duas.


Ainda para esclarecer (ou tentar!) sobre as diferenças nas designações. Como é possível ler, mencionei dois títulos – NLP Trainer e NLP Master Trainer. Um NLP Master Trainer, inclui o título de NLP Trainer e acresce, ou mais um nível de formação de PNL, ou um acumulo de outras formações complementares e experiência acima do trainer. Mas a verdade, é que isto são idiossincrasias, critérios e títulos específicos das associações. Algumas apenas usam a designação Trainer e outras a designação Master Trainer para identificar os indivíduos que podem “certificar” outros (coloco entre aspas, pois não se certifica a pessoa, mas a sua aquisição de conhecimentos), no seu caminho de aprendizagem da PNL.


Agora, estou eu própria a questionar-me – mas será assim tão importante saber-se que um curso de PNL tem uma certificação internacional e, por isso, um selo?

Fico-me pela resposta sim e não (eu sei que é o mesmo que não dizer nada... – lamento!). Sim, porque é uma forma de o público conseguir ter algum filtro para escolher em que curso se inscrever. Não, porque conheço trainers que não põem selos internacionais nos certificados dos seus alunos, mas para além de serem efectivamente trainers, cumprem os critérios programáticos, cronológicos e metodológicos do alinhamento internacional, são bons e, em alguns casos, simplesmente deixaram de ser membros das associações ou nunca quiseram sê-lo.


Significa isto, que voltamos a ter em aberto os números em Portugal, pois poderemos ter muito mais pessoas, cujos números são difíceis de apurar, por não constarem nos registos dos sítios online das associações.


Continuando a pensar com os meus botões (e sim... vou publicar isto! Logo sei que será uma conversa pública), o ter um selo internacional poderá ser mais interessante para as pessoas que ambicionam fazer toda a formação da PNL, têm a intenção de se tornarem trainers e ao profissionalizar-se, poderem ter acesso a núcleos específicos de desenvolvimento da profissão.

Para aqueles que procuram, sobretudo, os conhecimentos da PNL pelo processo pessoal e, eventualmente, agregar ferramentas e competências às suas profissões e actividades, talvez seja, mais relevante conhecer o programa, conhecer o currículo do trainer e seguir o seu próprio feeling.

Eu própria me questiono muitas vezes se haver muita oferta é bom ou nem por isso... à partida, parece-me bom saber que há de tudo para todos os gostos. Daí estar a procurar ser didática com esta minha “investigação aberta ao público”.


Áh! Não me posso esquecer e, por isso, vou lembrar-me de falar de uma associação criada em Portugal. A APPNL, é uma associação, relativamente, recente que conta com 9 trainers e que está, fortemente, comprometida com o desenvolvimento da excelência, ética e qualidade da PNL no nosso país.


Muito mais haveria a explorar sobre este tema, podemos até discutir o que são e para que servem estas associações, mas seria uma discussão absolutamente estéril e infrutífera. Por isso, nem vou seguir por aí...

Confesso-me uma pessoa que gosta de critérios, guidelines, regras de jogo e balizas, mas também sei que é só um modelo de mundo e é tão bom, certo e útil como qualquer outro. Procurei apenas ter noção dos números e resolvi partilhar para quem tiver interesse em sabê-los.


No fim do dia, bom mesmo a aprender pnl e importá-la para a nossa vida!


~ por Joana Sobreiro

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